quarta-feira, 5 de março de 2014

APENAS POR VONTADE

Nutro profundo repúdio à gaiolas
Se o meu pássaro escolher ficar
Vai ficar, apenas por vontade
Voe, voe alto, voe longe!
Mas se voltar para cantar na minha sacada
Volte apenas por vontade
Meu pequeno pássaro é frágil
Não tem diafragma
Uma contenção mal feita pode matá-lo sufocado
Por isso, mesmo se ele pedir
Não o seguro apertado
Assim, também pode escapar se quiser
É livre, pois não o podo as asas
Oriento o seu vôo entre o ir e o vir
Deixo a janela aberta ao por do sol
Que é pra não dar de cara no vidro
Ao retornar ser ter achado outro poleiro
Com fome, sede ou simplesmente porque escolheu fazer seu ninho aqui
Apenas por vontade

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